
Robinho é condenado em última instância a nove anos de prisão por estupro na Itália
A Corte de Cassação de Roma, a última instância da Justiça italiana, determinou nesta quarta-feira (19) que o atacante Robinho, ex-Santos e seleção brasileira, está condenado a nove anos de prisão por violência sexual de grupo cometida contra uma mulher albanesa na boate chamada Sio Café, em Milão, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Ricardo Falco, amigo do atleta, recebeu a mesma sentença.
A vítima, que completa 32 anos na sexta-feira (21), acompanhou a audiência. Ela disse que não queria comparecer ao tribunal, mas foi convencida por seu advogado.
Sem a presença do jogador, que nem sequer viajou para a Itália, a audiência que analisou o recurso apresentado por sua defesa teve apenas 30 minutos. Durante a curta sessão, somente um dos advogados de defesa, Franco Moretti, fez a sustentação oral. Ele afirmou que a relação entre a mulher e Robinho foi consensual, tentou trazer à audiência pontos sobre a conduta da vítima e citou um dossiê da vida privada dela, que foi rechaçado no julgamento em segunda instância. Após a decisão, não há mais possibilidade de recurso.
Apesar da condenação ser definitiva, ainda não é certo que ele será preso. A justiça italiana pode pedir para que o Brasil faça a extradição do atleta, no entanto, a Constituição Federal de 1988 não permite que brasileiros natos sejam extraditados.
Também existe a possibilidade dele cumprir a pena no Brasil, já que o crime cometido também é tipificado pela legislação brasileira e é provável que a justiça italiana peça ao governo brasileiro que ele permaneça preso por nove anos.
Em caso de viagem a outros países europeus, há a chance de Robinho ser preso, caso a Itália emita um pedido internacional de prisão.
E o futebol?
Não dá para se dizer ao certo, mas é bastante provável que a carreira de Robinho no futebol tenha acabado. O atacante, que completa 37 anos na próxima semana, gostaria muito de retornar ao Santos antes de aposentar as chuteiras, mas, assim como aconteceu em 2020, um acordo revoltaria não só a torcida, mas também os patrocinadores.
A reação deve ser parecida em qualquer outro clube que procure o atacante, que já descartou algumas propostas recentes de times do exterior.
Apesar disso, dinheiro não deve ser problema para Robinho, que além de Santos e Atlético-MG, passou também pelo Milan, clube em que estava quando cometeu o crime, Real Madrid, Manchester City, os turcos Sivasspor e İstanbul Başakşehir, além do Guangzhou Evergrande, da China. Ele também disputou duas Copas pela seleção brasileira.
Tanto Robinho como Ricardo Falco foram condenados com base no artigo “609 bis” do Código Penal Italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais em uma condição de inferioridade “física ou psíquica”.
Ao ser interrogado, em abril de 2014, o atacante negou a acusação. Em áudio captado pela Justiça italiana, ele admitiu que manteve relação sexual com a vítima, mas disse que foi uma relação consensual de sexo oral e sem outros envolvidos. No caso de Ricardo Falco, a perícia realizada por determinação da Justiça identificou a presença de seu sêmen nas roupas da jovem.
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