
Viajar de ônibus é mais barato, mas exige muita prevenção
Com mais de 78% dos adultos brasileiros vacinados contra o coronavírus, os números de casos, internações e mortes vinham caindo e chegamos à alta temporada em situação que animou o setor turístico. As pessoas retomaram as viagens e hotéis e atrações voltaram a funcionar. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) previa que em maio próximo o setor voltasse ao patamar pré-pandemia.
Mas veio a variante Ômicron, associada ainda ao inusitado aumento no número de casos de gripe, em pleno verão. Nas últimas semanas, temos visto o aumento diário no número de pessoas infectadas. Um aumento explosivo, que se prosseguir no ritmo atual pode trazer de volta complicações no atendimento em hospitais.
Enquanto isso, as férias escolares ainda não acabaram e muitas famílias ainda se deslocam pelo país, para aproveitar o verão brasileiro, por enquanto bem chuvoso. Com a alta do dólar, o aumento no preço das passagens aéreas e a perda de renda, cada vez mais a viagem de ônibus é uma opção economicamente vantajosa.
Se é mais barato, em compensação, viajar de ônibus pode ser bem arriscado, do ponto de vista dos cuidados com a disseminação da Covid-19. Ao contrário dos aviões, os ônibus não tem um sofisticado sistema de purificação de ar e, na maioria dos casos, exigem viagens mais demoradas. As pessoas passam mais tempo aglomeradas num espaço pequeno e pouco arejado.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regulamenta o setor, estabelece parâmetros mínimos para as viagens interestaduais e internacionais. Uma resolução da agência, de dezembro de 2020, define estes parâmetros.
Segundo a resolução, as empresas de ônibus devem dar condições de uma viagem segura e têm que explicar os protocolos de segurança aos passageiros. Deve ser reduzida a possibilidade de contato entre os passageiros e, em veículos sem ar condicionado, as janelas devem ser mantidas abertas.
As empresas de ônibus são obrigadas ainda a manter um padrão de higienização dos veículos de acordo com um manual estabelecido pela Anvisa. Uma exigência, no entanto, anterior mesmo à pandemia atual.
Fora isso, recomendações que dependem mais dos passageiros e com as quais eles estão acostumados no seu dia a dia: uso de máscaras e higienização constante das mãos. Não há regras estabelecidas, por exemplo, para as paradas durante as viagens. Não há uma definição de escalonamento de entrada e saída dos ônibus. Tudo isso fica a cargo de cada companhia. Ou dos cuidados adotados pelos próprios passageiros.
Nos terminais rodoviários, as concessionárias adotam procedimentos como reduzir o número de assentos disponíveis nas áreas de espera, para permitir o distanciamento; disponibilização de álcool em gel; e avisos de orientação aos passageiros, em placas ou no sistema de som dos terminais. Porém, mais uma vez, o resultado dessas medidas depende muito da adesão dos usuários do terminal.
Por isso, consultamos uma especialista, para saber o que as pessoas que pretendem viajar de ônibus nestas férias devem fazer para reduzir os riscos de contaminação. Para a consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sylvia Lemos, os transportes terrestres têm mais risco sanitário do que um avião: “as companhias aéreas exigem um teste negativo e as de ônibus não”.
Sylvia ainda completa: “você está correndo risco ao viajar. Em um ônibus ainda mais, porque são várias horas no ar condicionado. Basta ver que as pessoas saíram neste final de ano e estão voltando para casa contaminadas”.
Para correr menos risco ao viajar, Sylvia recomenda o básico: ficar o tempo todo de máscara, higienizar as mãos frequentemente e trocar a máscara quando ela ficar úmida.
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Fonte: R7 – MONITOR R7
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