MS terá R$ 18 milhões para projetos e restauração de patrimônios

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Foi assinado na tarde desta sexta-feira (5) o termo de compromisso do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal, que destina recursos para projetos de restauração de locais considerados patrimônio histórico em Mato Grosso do Sul. Ao todo, serão destinados R$ 18 milhões para obras de restauração de cinco patrimônios históricos em Corumbá e R$ 800 mil para investir em projetos de restauração em Campo Grande.

Na Capital, o valor investido será destinado à fase de elaboração do projeto de restauro do Complexo Ferroviário de Campo Grande, que pela sua importância histórica é patrimônio tombado nas esferas municipal, estadual e federal.

A proposta sugere que o espaço seja revertido em um espaço cultural, e designa o uso do local para abrigar um Centro Municipal de Cultura. O projeto deve contemplar também os galpões da Rotunda, que sofreu desabamentos em abril deste ano.

Já em Corumbá, há cinco locais que passarão por obras de restauro. É prevista a restauração do prédio do antigo presídio da cidade, que depois de pronto, irá abrigar a Casa do Artesão. As antigas celas serão transformadas em lojas e ateliês, onde os artesãos poderão expor e vender suas criações. A obra deve custar R$ 2,1 milhões.

Também será restaurado o antigo Hotel Royal, construído no início do século XX, pelo italiano Martino Santa Lucci, que é um importante patrimônio histórico e cultural de Corumbá, e já abrigou a  sede do governo municipal. Atualmente, a propriedade se encontra em estado precário de preservação. A restauração incluirá serviços de instalações elétricas e hidrosanitárias, elevador e estacionamento, para que o prédio possa ser utilizado pela administração pública municipal.

Serão destinados R$ 4,5 milhões para a restauração do antigo Mercadão Municipal e revitalização da Praça Uruguai. As obras incluem execução de cobertura, serviços de instalações elétricas e hidrosanitárias e a construção de instalações para pequenos produtos rurais. O objetivo é reativar o mercadão municipal da cidade.

Outro local a receber reforma será o Casarão da Comissão Mista, no valor de R$ 2,6 milhões. O prédio será adaptado para abrigar a Escola Municipal de Música e Coral e a Banda Municipal Manoel Florêncio.

Por último, será feita a restauração do prédio do antigo Hotel Internacional, no valor de R$ 3,9 milhões. O prédio será readequado para abrigar a administração pública municipal.

Durante a assinatura do termo, o superintendente de Do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), João Santos, destacou que os investimentos feitos no Estado serão de suma importância para a valorização cultural e turística de Corumbá, além de também contemplar a preservação do Complexo Ferroviário, que faz parte da história do nascimento de Campo Grande.

“O início da cidade se deu aqui nessa região, então é mais do que necessário a gente valorizar essas edificações, mas acima das edificações, valorizar a memória ferroviária que está impregnada nessas paredes aqui”, frisa.

Após assinado o termo de compromisso, caberá às prefeituras de cada cidade iniciar os processos de licitação para contratação das empresas que ficarão responsáveis pela execução, tanto da elaboração do projeto do Complexo Ferroviário, quanto das obras de restauração em Corumbá.

Abandono 

Ainda que destacado como uma das regiões mais importantes histórica e culturalmente para Campo Grande, o abandono do Complexo Ferroviário da cidade e a falta de projetos para restaurar os prédios e a área da Esplanada são reclamações que já duram anos.

Em abril deste ano, a Rotunda, que já havia sofrido diversos desabamentos por falta de manutenção da sua estrutura ao longo dos anos, voltou a sofrer outro desmoronamento durante um domingo de chuva e ventania que atingiram a região.

O incidente trouxe luz a reivindicações antigas dos moradores do entorno, em sua grande maioria ferroviários e filhos de ferroviários, que lutam para manter viva o restou da história.

Na época do desabamento, a equipe de reportagem esteve no local para ouvir os moradores. “Vai sobrar o quê?”, perguntou na ocasião Suki Ozaka, que é moradora e conselheira da região urbana do Centro de Campo Grande, sobre os prédios que compõem a antiga ferroviária da Capital.

Filhas de dois ex-ferroviários, Lucimara dos Santos e Eva Dias de Paula, compartilharam lembranças e fotos da época em que o trem passava por ali. Elas ainda moram na vila construída para os trabalhadores da ferrovia morarem. “É triste, lamentável. Isso aqui é de cortar o coração em quatro pedaços. Minha revolta enquanto filha de ferroviário é essa. Bate saudade de a gente ver o trem passar no trilho”, disse Eva.

PAC 

Este ano, a proposta da Prefeitura de Campo Grande para reestruturar o complexo e transformá-lo em espaço cultural foi contemplada para receber R$ 800 mil em recursos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Seleções do Governo Federal. O termo de compromisso foi assinado nesta sexta-feira, contemplando também obras de restauração em Corumbá.

Fonte: CampoGrandeNews – Por Idaicy Solano – Foto: Como era a antiga estação de trem de Campo Grande, quando estrutura estava inteira e trilhos ainda aguarrados à terra (Foto: Arquivo Campo Grande News/Marcos Maluf)

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