Aluna de Etec atropelada saindo do cursinho estuda em casa e passa direto na USP, Unicamp e Unesp

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Moradora de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, Laura Lacerda, de 18 anos, encarou uma maratona de adversidades até realizar o sonho de entrar na universidade pública, no começo de 2023.

Tudo começou quando ela assistiu à série Suits, que teve Meghan Markle, duquesa de Sussex e mulher do príncipe Harry, no elenco entre 2011 e 2018. A trama trata de um escritório de advocacia fictício em Nova York que passa por diversas fusões, promoções e demissões.

“Foi o que me fez escolher o curso técnico de serviços jurídicos para complementar meu ensino médio. Conforme o curso foi passando, conheci mais sobre o direito e percebi que gostava do que estava aprendendo, o que me fez continuar na área.”

E sua história pode ser uma fonte de inspiração para quem ainda tem alguns meses de estudos pela frente, já que os principais vestibulares terão suas provas realizadas no fim do ano.

Primeira de sua família a conquistar o sonho da universidade pública, ela passou em direito e economia (com nota do Enem) na USP (Universidade de São Paulo), em economia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e em direito na Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Aluna de uma Etec no Butantã, Laura decidiu frequentar também as aulas do Cursinho da Poli, na Liberdade, no último ano do ensino médio, para preencher as lacunas abertas principalmente pelo período da pandemia de Covid-19.

Não foi fácil. Passou a almoçar às 9h50, no intervalo do cursinho, pois, quando as aulas terminavam, às 12h50, tinha que sair imediatamente para chegar a tempo na escola, que abria às 13h20. Os atrasos ficaram frequentes.

Eram dez horas diárias que ela passava em aula, mais duas ou três horas dedicadas às tarefas. “Dormia seis horas por dia, mas nem sempre conseguia.”

Mais as duas horas que levava de transporte público de Itapecerica até a região onde ficava a escola e o cursinho. “Precisava acordar às 5h para conseguir chegar às 8h para as aulas. Pegava um ônibus e duas linhas de metrô para ir para o cursinho. Do cursinho, pegava ainda duas linhas de metrô e mais um ônibus para ir para a escola.”

Em setembro, foi atropelada saindo do cursinho e quebrou a perna, o que a obrigou a estudar de casa na reta final da preparação. “Fiquei bastante preocupada com meus resultados do vestibular, já que sabia que o ensino a distância era péssimo para o meu aprendizado”, diz Laura.

Mesmo assim, ela não desistiu e, no início deste ano, soube das aprovações. Decidiu cursar direito na São Franscico, na USP. “Não apliquei minhas notas no Sisu, uma vez que considero horrível a possibilidade de adiar a aprovação de alguém, sendo que eu já tinha sido aprovada na USP.”

Fonte: Portal R7/Educação – Por Vivian Masutti, do R7 – Foto: Laura Lacerda, de 18 anos, cursa direito na USP (arquivo pessoal)

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