Relatório sobre conflito no campo destaca 18 mortes de indígenas em 2022; seis em MS

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Um relatório divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) nesta segunda-feira (17) destacou que o ano de 2022 terminou com 47 assassinatos por conflitos no campo em todo o Brasil. Conforme os dados, 18 das pessoas eram indígenas, sendo seis de Mato Grosso do Sul. Todos os casos indígenas registrados no Estado ocorreram entre maio e dezembro do último ano. 

Três das mortes ocorreram em ação de retomada da Tekoha Guapoy, no interior da Reserva Indígena de Amambai, onde os conflitos resultaram na morte de Vitor Fernandes, em junho do último ano, em ação executada pela Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS).

No mês seguinte, Márcio Moreira foi atingido por disparos de arma de fogo, em situação semelhante.  A terceira morte destacada pelo relatório foi a de Vitorino Sanches, executado no centro do mesmo município. O indígena havia sobrevivido a outra investida similar em agosto de 2022.

Os outros dois nomes foram do jovem indígena Alex Recarte Vasques Lopes, de 18 anos, morto em uma fazenda vizinha à terra indígena Taquaperi, em Coronel Sapucaia, e de Cleijomar Rodrigues Vasques, de apenas 16 anos, morto com golpes na cabeça em setembro último, novamente em Amambai. LGBT, Cleijomar se soma às cinco pessoas LGBTQIA+ assassinadas em 2021, ano em que o estudo apresentou informações quanto à orientação sexual e à expressão de gênero das vítimas de violência no campo, com o objetivo de documentar casos de LGBTIfobia.

Na ocasião, de acordo com o documento, Cleijomar, assumidamente gay, era uma das lideranças da juventude Guarani- Kaiowá atuando na luta pela retomada das terras indígenas. 

Além de violência contra indígenas, o levantamento destacou a morte de nove Sem Terra, ambientalistas, assentados e trabalhadores assalariados, com três óbitos cada. Em números porcentuais, o crescimento apresentado neste ano foi de 30% em relação ao ano de 2021.

Além dos citados, as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em junho passado, no Vale do Javari, no Amazonas, somam-se ao cenário de vítimas dos conflitos no campo. 

O Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, lançado em agosto de 2022 pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), mostrou que em 2021, Mato Grosso do Sul foi o segundo estado do Brasil a registrar maior número de assassinatos de indígenas.

Nesse ranking, os estados com maiores números de assassinatos foram o Amazonas, com 38 mortes, Mato Grosso do Sul, com 35 e Roraima, com 32. Os três estados também registraram a maior quantidade de assassinatos em 2020 e em 2019. Em escala nacional, foram 176 assassinatos de indígenas registrados. Do total de homicídios, 29 vítimas eram mulheres, 146 eram homens e o gênero de uma não foi identificado.

Fonte: Correio do Estado – Por Alison Silva – Foto: Divulgação

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