
Mato Grosso do Sul registra 26º feminicídio de 2022 e Capital já está perto da média anual
Luciana de Carvalho, 45 anos, morta a facadas pelo companheiro Inácio Pereira, 47, foi a 26.ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul neste 2022. Campo Grande, que desde 2015 registra uma média anual de 8 casos.
“Acredito que é o sexto [feminicídio em Campo Grande]. É porque teve um registrado na Moreninhas, que a delegada titular entendeu pelo feminicídio… ou é seis ou sete, se for considerar esse da Moreninhas, só na Capital”, comentou Dra. Elaine Cristina Ishiki Benicasa, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).
Conforme a delegada, com a Capital registrando – desde 2015, data da criação da Casa da Mulher Brasileira – uma média anual de 5 a 8 casos, com 2021 sendo a excessão da regra.
“No ano da pandemia, que foi 2021, houve um pico de quatorze feminicídios, se eu não me engano. Mas em regra, da criação da Casa da Mulher, até esse ano, foi uma média de 5 a 8 e já estamos em seis ou sete feminicídios, já na metade do ano”.
Ainda em julho, o Correio do Estado divulgou que, apenas em 2022, 17 crianças ficaram órfãs devido à morte de suas mães por feminicídio.
Das 20 vítimas registradas de janeiro a junho deste ano e levantadas pela reportagem, oito tinham filhos menores de 18 anos, segundo reportagem do Correio do Estado.
Como apontou o Correio do Estado, das 531 vítimas de feminicídio registradas desde 2016, 47% (252 mulheres) tinham medidas protetivas contra seus companheiros, como foi o caso de Luciana.
26.ª vítima em MS
Morta na última 5.ª feira (28), o corpo de Luciana de Carvalho ficou quatro dias no chão da cozinha, na casa localizda no bairro Silvia Regina, enquanto o ex-companheiro saía para trabalhar e retornava para dormir, sem tocar na cena do crime.
Segundo a delegada, em depoimento o acuso pelo feminicídio revelou que, após a morte, ele apenas jogou a faca usada para matar Luciana na pia da cozinha.
“Ela registrou [boletim de ocorrência] em fevereiro. A gente pediu medida protetiva inclusive. Do jeito que os fatos aconteceram ele deixou ali o local”, comentou a dra. Elaine.
Elaine destaca que, o primeiro boletim registrado por ela, ainda em fevereiro, seria por injúria e vias de fato. Em julho seria a vez dele registrar contra ela, um boletim por injúria, mencionando as agressões.
Ainda, ela explica que, após registro no segundo mês desse ano, ela não pediu a retirada da medida protetiva, mas passaram a conviver juntos novamente.
“Eles simplesmente retornaram o convívio. Ela fica, de certa forma, desprotegida, tira a força da medida a partir do momento que retorna com o autor”, afirma Ishiki Benicasa.
Fonte: Correio do Estado – Por Leo Ribeiro – Foto: Delegada, dra. Elaine Cristina Ishiki Benicasa, deu informações sobre o caso Luciana na manhã desta terça-feira (02) – Marcelo Victor/ Correio do Estado
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