Saiba quais são os 10 livros que todo estudante precisa ler antes de entrar na universidade

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Professores de cursinhos e escolas regulares indicam 10 títulos fundamentais para uma vida acadêmica mais produtiva. Muito além dos livros exigidos nos vestibulares e exames, algumas obras são fundamentais para a formação crítica e conhecimento geral. Saiba quais são elas:

Vidas secas, de Graciliano Ramos — O professor Heric Palos é coordenador de português, literatura e arte do Curso Etapa e abre a lista com o clássico Vidas Secas “mais do que um romance sobre a seca e o Nordeste é uma narrativa sobre o poder da linguagem”, diz. Para o professor de português, Cesar Ceneme, do Poliedro Curso, Vidas Secas é considerado um dos mais importantes livros do modernismo brasileiro, destacando-se como um romance regionalista. “Narra, a partir de uma história que se desenvolve em ciclos, a saga de um homem sertanejo na busca por condições de sobrevivência para si e sua família, num contexto de seca extenuante”, relata.

Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis — Grande ‘entendedor’ do Brasil na virada do século 19, Machado, de Assis escreve de modo sutil e irônico. No livro, ele descreve uma sociedade segmentada que se aliena dos acontecimentos decisivos de sua história, em função de interesses particulares que pretende preservar. Indicado também pelo professor Ceneme, que considera “a obra fundamental para compreender a sociedade do período a partir de temas de grande relevância, como ascensão social, escravidão e desigualdades entre as classes, por exemplo”.

A metamorfose, Franz Kafka — O livro narra a trajetória do caixeiro-viajante Gregor Samsa, que ao acordar vê o próprio corpo metamorfoseado em um bicho com dorso duro e inúmeras patas. Segundo o professor Palos, o autor consegue por metáforas contextualizar a condição humana e os dramas psíquicos da sociedade. “Ao relatar as experiências do inseto que se esperneia tentando voltar à posição natural. Kafka também mostra as tentativas de se rebelar contra as imposições da sociedade”.

Triste fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto — Palos explica que, por meio do protagonista, a obra trata de um patriota exaltado, visionário e ingênuo. “O autor constrói uma sátira impiedosa e bem-humorada do Brasil oficial, trazendo consigo um nacionalismo caricaturado e utópico”, comenta.

O velho e o mar, Ernest Hemingway — A última sugestão do professor, um clássico mundial, é uma lição de garra e determinação. Segundo Palos, a obra narra uma história em parábola sobre a própria vida, na luta particular do ser humano para triunfar em um mundo que parece destinado a destruí-lo.

Os Miseráveis, de Victor Hugo — Escrito há 160 anos, a obra ultrapassa os limites da literatura. Já foi adaptada para o teatro, o cinema, a música e as artes plásticas e é a dica da professora de língua portuguesa do Colégio Passo Certo, Kalen Franciele Piano. “O livro traz uma mensagem social e emocional e é fundamental para aprendermos a nos portar perante a sociedade. Uma lição sobre o quanto devemos ser honestos, íntegros e empáticos”.

Os Sertões, de Euclides da Cunha — Em um celebrado encontro entre história, jornalismo e literatura, a obra costuma figurar nas listas de livros obrigatórios para os vestibulares. O texto foi escolhido pelo professor de história do Colégio Positivo – Master, Jakson Carlos Baniski. “É um livro do escritor e jornalista brasileiro Euclides da Cunha e publicado pela primeira vez em 1902. Esse é considerado o primeiro livro-reportagem do Brasil e seu tema principal é a Guerra de Canudos, ocorrida no interior da Bahia, em 1897”, lembra. Para o professor, a obra traz uma melhor compreensão da história, sociologia, geografia, filosofia e literatura do Brasil.

O Alienista, de Machado de Assis — Para a professora de redação Candice Almeida “o clássico”  traz uma reflexão bem atual sobre a loucura. Um médico que descobre que, no fundo, o louco é ele”. Além disso, na opinião da professora, o título contribui para que os jovens desenvolvam a percepção e empatia pelo outro.

Como as democracias morrem, de Daniel Ziblatt e Steven Levitsky — Para o professor de geografia, Eduardo Berkenbrock Lopes, o livro visa falar sobre o processo histórico e social de construção da democracia.” Um bom exemplo disso é a ascensão ao poder de políticos que, mesmo eleitos democraticamente, defendem discursos e praticam ações antidemocráticas que ferem os direitos fundamentais dos seres humanos”, diz. De acordo com Berkenbrock, a obra é importante porque, por meio dela, os estudantes podem compreender que a sociedade contemporânea é o resultado de relações de poder.

O Discurso do Método, de René Descartes — Segundo a professora de filosofia e sociologia, Mariana Rogeski Boá Marzola, essa é uma obra do período moderno e Descartes apresenta o que seria um método seguro para a construção do conhecimento, constrói uma metodologia científica por meio da razão. Para ela, esse é um livro imprescindível para compreender como as pessoas pensam e constroem conhecimento. “Essa é a obra que fundamenta a didática construída até hoje. Compreendendo o caminho que o conhecimento deve seguir, o estudante estará apto a iniciar pesquisas científicas com maior facilidade”, afirma. 

Fonte: Portal R7/Educação – Por Alex Gonçalves, do R7* (Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder). – Fotos: Reprodução/R7

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