Parceria entre brasileiros e americanos, moto com Nióbio busca bater recorde de 403 km/h

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A montadora americana Lightning Motorcycles acaba de anunciar uma parceria com a mineradora e metalúrgica brasileira CBMM (o nome historicamente vem de “Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração”, mas a empresa prefere usar só a sigla hoje). A ideia é criar um modelo de moto elétrica comercial, fazendo uso do metal Nióbio. E, com essa tecnologia, a ideia é superar o recorde de velocidade em motos elétricas da própria Lightning.

A ideia é basicamente tornar a moto mais leve através da aplicação do metal em diversas partes. “O peso é o inimigo da moto”, afirma a gerente de marketing da CBMM, Mariana Perez de Oliveira. Ao que adiciona o CEO da Lighning Motorcycles, Richard Hatfield: “Estamos empolgados para trabalhar com a CBMM para inovar ainda mais as tecnologias do nióbio que podem ser traduzidas em benefícios não apenas para motocicletas elétricas de alta performance, mas todos os tipos de veículos.”

Motos, carros e supercondutores: que há com o Nióbio?

Nióbio não é realmente raro: o metal é o 34º elemento mais abundante da Terra, logo após o Lítio e mais comum que o Chumbo. Mas é um metal concentrado regionalmente: mais de 90% do Nióbio do mundo é produzido no Brasil, e em apenas duas minas: uma em Araxá, Minas Gerais, que pertence à CBMM, e outra em Catalão, Goiás, pela chinesa China Molybdenum (CMOC). A da CBMM é bem maior, cobrindo sozinha 80% da demanda mundial.

O quase monopólio do Brasil é a razão porque o presidente Jair Bolsonaro já manifestou repetidas vezes seu entusiasmo pelo metal. Mas a realidade ainda não é a de o Brasil estar sentado em um barril de dinheiro: ainda que seja um material excepcional, e quase tão brasileiro quanto a jabuticaba, a demanda é muito baixa.

O metal tem a mesma dureza do titânio e seu principal uso é em ligas avançadas de aço, mas em quantidade ínfima: menos de uma parte por mil. Outro uso do Nióbio, com mais potencial, e para motos e carros, é em supercondutores. A maior promessa é que, ao ser incorporado em baterias comuns de íon de lítio, possa torná-las muito mais rápidas e compactas, superando dois dos maiores desafios para veículos elétricos.

A CBMM, assim, patrocina pesquisas para encontrar novos usos. Se der certo e o metal se tornar mesmo o futuro dos veículos elétricos no mundo inteiro, não vai ser sem controvérsia: a outra grande reserva de Nióbio conhecida no Brasil fica em São Gabriel da Cachoeira, em meio à Amazônia.

Fonte: Portal Olhar Digital – Por Fábio Marton – Foto: Reprodução

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