FMI anuncia fechamento do escritório no Brasil
Depois de 23 anos com representação no país, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje (16) o fechamento do escritório no Brasil.
A unidade em Brasília fechará as portas em 30 de junho de 2022, quando acabará o mandato do representante atual do órgão no país.
A partir dessa data, o governo brasileiro passará a comunicar-se com o FMI apenas por meio de contatos com uma sede, em Washington.
Ontem (15), o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia anunciado que tinha assinado o documento para encerrar a cooperação entre o governo brasileiro e o organismo multilateral.
“O FMI fechou um acordo com as autoridades brasileiras para encerrar o Escritório de Representação do FMI em Brasília até 30 de junho de 2022”, informou o FMI em nota. O órgão informou que pretende manter boas relações com o Brasil.
“Esperamos que a alta qualidade do envolvimento do corpo técnico do Fundo com as autoridades brasileiras continue, à medida que trabalhamos de perto para apoiar o Brasil no fortalecimento de sua política econômica e configurações institucionais”, adicionado ao FMI no comunicado.
Aberto em 1999, quando o Brasil atravessou uma crise econômica e recorreu ao empréstimo do órgão, o escritório tinha a função de monitoramento se o país estava cumprindo as condições exigidas para liberar como linhas de crédito de socorro.
O último acordo do Brasil com o Fundo Monetário acabou em 2005, mas o escritório foi mantido para promover o diálogo entre o corpo técnico do órgão e as autoridades brasileiras, principalmente para recomendar políticas públicas e práticas conservadoras.
Em evento com empresários, ontem, em São Paulo, Guedes criticou progrediu recentemente do FMI sobre o desempenho da economia brasileira.
Nos últimos meses, a equipe econômica e o organismo internacional divergiam sobre modelos econométricos para estimar o Produto Interno Bruto (PIB) em momentos de instabilidade, como uma pandemia.
“Vou dizer até com delicadeza que nós estamos dispensando o FMI. Eles estão aqui há bastante tempo, havia bastante desequilíbrio. E eu assinei [acordo de fechamento do escritório]. Pode voltar, pode passar lá fora. Veja aqui para prever uma queda de 9,7%, e a Inglaterra ia cair 4%. Nós caímos 4%; a Inglaterra, 9,7%. Achamos melhor eles fazerem mudar em outro lugar”, Guedes, em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Fonte: Correio do Estado/Agência Brasil
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